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Curtinhas da Fé 05 – Bons Hábitos de um Católico

É verdade que o nosso Deus – Uno e Trino –  tudo sabe, tudo vê e tudo pode. Por este motivo, sabemos que tudo que cultivamos em nossa mente e em nossos corações passam pelo julgamento de Deus: “Tu conheces o meu assentar e o meu levantar: de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conhece todos os meus caminhos”[1].

Porém, é verdade também, que inúmeras vezes deixamos que as coisas que nos rodeiam corrompam a sacralidade de nossos pensamentos e nossas intenções, externando-os, muitas vezes, em palavras e ações que não condizem com a nossa Fé. Por isso, um bom católico deve rodear-se ao máximo de hábitos e costumes – ações que muitos podem até considerar unicamente exteriores – que santificam nosso dia a dia e nos ajudam a cultivar as santas virtudes.

Alguns bons hábitos que podem facilmente ser cultivados são:

Marcar a fronte com água benta fazendo o sinal da cruz diariamente, ao menos uma vez por dia, de preferência antes de sair de casa: com isso, o católico pede a proteção de Nosso Senhor no decorrer do dia e a benção em suas atividades;

fronte

Ter em casa água benta e sal exorcizado: são objetos sagrados que protegem a residência e podem auxiliar nos momentos de oração;

agua benta

Ter em casa um altar com imagens e velas bentas: são sinais visíveis da devoção do fiel aos que adentrarem sua casa e pode ser o local onde se realizam as orações diárias;

altar

Pedir a um padre ou diácono para abençoar o lar (de preferência, antes de habitá-lo), carro e objetos próprios da profissão (por exemplo, canetas, bisturis..): assim, o católicos se rodeia de locais e objetos abençoados que o protegem e guardam;

bençao em carros

Marcar horário certo para rezar em família, se possível diariamente: esse hábito não só ajuda na conversão diária do fiel, mas na conversão de todos os familiares, unido-os e selando-os nos laços de amor.

oração em familia

Fazer um exame de consciência antes de dormir: é importante pois nos remete à nossa miséria como pecadores e nos faz lembrar que sempre dependeremos da infinita misericórdia de Deus. Ajuda, também, a lembrarmos mais facilmente dos nossos pecados de um dia, do que de uma semana, um mês ou até nossa próxima confissão;

exame de consciencia

Ter santos patronos: eles servem de exemplo para seguirmos um caminho reto para a santificação de nossa alma, e, contemplando a face do Senhor, rogam por nossas vidas;

patronos

Fazer o sinal da cruz ao passar na frente de Igrejas: este hábito é muito antigo e importante, mas infelizmente foi se perdendo. Ao fazê-lo, demonstramos respeito e adoração à presença real e sacramental de Nosso Senhor Jesus Cristo presente no sacrário daquela Igreja;

sinal

Ter um terço sempre consigo: este hábito, além de carregarmos um objeto sagrado – que nos protege dos males visíveis e invisíveis – para onde formos, nos ajuda na fidelidade da oração do terço, ao menos uma vez por dia;

terço

Usar o escapulário: este presente nos foi dado pela Santa Mãe de Deus, na sua aparição a São Simão Stock. A Virgem prometeu que todo aquele que usasse, levando, é claro, uma vida digna de seu uso, alcançaria no fim da vida a eternidade; Link( para saber mais: https://comunidadeportafidei.wordpress.com/2017/07/16/curtinhas-da-fe-02-escapulario-presente-de-amor-a-humanidade-por-nossa-senhora-do-carmo/ )

escapulario

[1] Cf. Salmo 139, 2-3

Curtinhas da Fé 04 – Uma morte santa

O Catecismo nos ensina que a Igreja nos encoraja à preparação da hora de nossa morte (“livrai-nos, Senhor, de uma morte súbita e imprevista”: antiga ladainha de todos os santos), a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós “na hora de nossa morte” (oração da Ave-Maria) e a entregar-nos a S. José, padroeiro da boa morte.

Ao lado de nossos irmãos que padecem a agonia afinal, devemos manter nosso coração voltados à confiança em Deus e a viver uma piedade consoladora para o agonizante. Por isso, a Igreja nos ensina e nos transmite ao longo do tempo piedosos costumes para a hora derradeira.

  • No momento em que o fiel católico estiver próximo de passar deste mundo para a eternidade, os que lhe assistem devem chamar imediatamente o sacerdote para conferir-lhe os últimos sacramentos: a Confissão, a Unção dos Enfermos e, se possível, o Viático.
  • Os que assistem o agonizante devem recitar muitos atos de fé, esperança e caridade. Devem rezar também salmos penitenciais e atos de contrições pelos pecados da pessoa que está a morrer.
  • O que está à beira da morte deve repetir inúmeras vezes os Santíssimos nomes de Jesus, Maria e José.
  • É salutar que se dirijam bons pensamentos ao fiel padecente. Se recitem jaculatórias; que se aspirja água benta e se dê o crucifixo para ser beijado pelo agonizante. Seja recitada a Salve Rainha, terços marianos e ladainhas à Nossa Senhora.
  • É de grande piedade a invocação da Santíssima Virgem, a Senhora da Boa Morte. É de grande graça, também, a invocação do Glorioso São José, a quem devemos suplicar a graça de que o agonizante padeça como Ele: nos braços de Jesus e Maria e seja levado ao Paraíso.
  • Após o último suspiro, rezem o mais rápido possível orações e súplicas que encomendem a alma do fiel falecido ao Bom Deus a fim de que ela seja levada junto à Ele no Paraíso pelos seus santos anjos.
  • Após o sepultamento, nos dias que se seguem, sejam oferecidas missas em sufrágio da alma do católico falecido, bem como, de todas as almas dos fiéis que padecem no purgatório. É recomendável o antigo costume de se recordar o aniversário de falecimento (7º e 30º dias e 1 ano) com orações e a celebração da Santa Eucaristia nesta intenção.

É dever, portanto, de todos os católicos assistirem seus irmãos no momento da agonia final. Ao longo de nossa vida devemos sempre pedir a Deus a graça de uma Santa Morte, para que nos momentos finais sejamos agraciados com os últimos sacramentos e possamos morrer nos braços de Jesus, Maria e José.

São José, que morrestes nos braços de Jesus e Maria, meu amável protetor, socorrei-me em todas as necessidades e perigos da vida, mas principalmente na hora suprema, vindo suavizar minhas dores, enxugar minhas lágrimas, fechar suavemente meus olhos, enquanto pronunciar os dulcíssimos nomes: Jesus, Maria, José, salvai a minha alma. Amém.

Curtinhas da Fé 03 – Dedicação da Basílica de Santa Maria Maggiore

Hoje, 5 de agosto, é celebrada a festa da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maggiore. Construída durante o pontificado do Papa Sisto III, sendo a igreja mais antiga do mundo dedicada à Mãe de Deus, estando localizada na cidade de Roma.

Popularmente conhecida como a Igreja de Santa Maria das Neves, por um milagre[1] que ocorreu vinculado a esta devoção; ou Igreja da Santa Maria da Manjedoura, porque, segundo a tradição, se conserva um fragmento da manjedoura do Menino Jesus trazido por Santa Helena, a basílica vem a ser uma das quatros basílicas maiores.

As Basílicas Maiores (ou Papais) são as principais basílicas da Igreja Católica. São estas, a saber: São Pedro, no Vaticano; São João do Latrão; São Paulo Fora dos Muros; e Santa Maria Maior, as três últimas localizadas em Roma.

Sobre as demais Basílica destacamos:

  • San Paolo Fuori le Mura é a segunda maior basílica de Roma. A principal atração da basílica está no seu subsolo – No subsolo da Basílica se encontra o sepulcro daquele que dá nome à igreja: o Apóstolo Paulo. Nos conta a tradição que, após o Apóstolo ser martirizado, sendo decapitado, sua cabeça rolou três vezes, parando onde hoje é a basílica e de onda jorrou uma fonte de água.

  • San Giovanni in Laterano foi fundada no século IV, mas foi reconstruída diversas vezes até atingir o seu formato atual em 1589. É a Catedral de Roma. De acordo com o site oficial da basílica[2], a Scala Santa, a escada na qual Jesus Cristo teria subido no julgamento com Pôncio Pilatos, está guardada nela.

  • San Pietro é a maior igreja do Cristianismo. Embaixo do altar papal está a cripta onde o Apóstolo Pedro foi enterrado, e vários outros papas foram junto a ele sepultado ao longo do tempo. É lá que se encontra a escultura “Pietà”, de autoria de Michelangelo e a Cátedra de São Pedro.

Cada basílica possui uma Porta Santa que vem a ser aberta pelo Papa durante o período do Jubileu. Além das Portas Santas, as basílicas possuem também o altar Papal, onde somente o Papa (ou um outro sacerdote autorizado pelo Papa) pode celebrar a Eucaristia.

Com a visita a uma das basílicas maiores, os fiéis podem vir a lucrar indulgência plenária[3], bastando apenas o cumprimento das três seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice.

[1] Segundo a tradição: a Virgem Maria teria aparecido ao Papa e pedido que lhe dedicasse uma Igreja e o sinal seria a nevasca em pleno verão escaldante de Roma. Ao mesmo tempo a Santíssima Virgem apareceu a um nobre romano fazendo-lhe o mesmo pedido e dando-lhe o mesmo sinal. Ao amanhecer, o Esquilino, um dos sete montes de Roma, estava coberto de neve em pleno cinco de agosto, onde o calor atinge o máximo, registrando até 40ºC. Ao chegar ao local, o papa após ser informado, encontrou o nobre que ajudou a construir a Basílica. Todos os anos, durante a missa e às Vésperas Pontificais, na patriarcal Basílica se faz chover neve, artificial, sobre o altar recordando o milagre das neves.

[2] Cf, http://www.vatican.va/various/basiliche/san_giovanni/index_it.htm

[3] Catecismo da Igreja Católica, 1471

 

Curtinhas da Fé 02 – Escapulário: presente de amor à humanidade por Nossa Senhora do Carmo

Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, lembra-se de sua aparição a São Simão Stock, ocasião na qual ela entregou-lhe o hoje muito conhecido Escapulário.

O Escapulário é um sinal externo de devoção mariana. Ele surgiu com a mencionada aparição da própria Mãe de Deus ao santo, no século XIII, com a promessa: “Todo o que com ele morrer, não padecerá à perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”. O Papa Pio XII, em sua carta Neminem profecto de 11 de fevereiro de 1950, escreveu sobre essa questão: “Não se trata de algo de pouca importância, mas de adquirir a vida eterna em virtude desta promessa da Bem-aventurada Virgem que a tradição relata; trata-se, pois, de um assunto que é o mais importante de todos e de conduzi-lo seguramente ao seu termo. O Escapulário como veste da Virgem é o sinal e o penhor da proteção da Mãe de Deus”. Assim, o Escapulário, como um sinal da proteção de Maria, nos recorda do compromisso e da amizade que devemos ter com Nossa Senhora, imitando as suas virtudes e como que “se vestindo” dela, nosso modelo de santidade.

É preciso atentar para o fato de o Escapulário não ser um amuleto ou um ato mágico, pois ele só é instrumento de salvação na medida que é usado devotamente, a partir da vivência das virtudes da Santíssima Virgem, não nos dispensando de viver as exigências da vida cristã. Como defendeu São Luís Maria Grignion de Montfort, a utilização do Escapulário necessita “que a pessoa esteja com a resolução de sair do pecado”.

O Escapulário deve receber a bênção por um padre para que tenha valor cristão, e deve ser usado sempre. Ele é posto por cima dos ombros (escápulas, ossos dos ombros, daí a origem do termo Escapulário) com a imagem de Nossa Senhora para frente e a do Sagrado Coração de Jesus na parte de trás.

Fontes:

Escapulário católico ❤️ Qual significado, como usar, oração

http://blog.cancaonova.com/padreluizinho/2010/07/11/o-escapulario-de-nossa-senhora-nao-e-um-amuleto-2/

https://padrepauloricardo.org/episodios/a-espiritualidade-carmelitana-e-a-virgem-maria

http://comofas.com/como-usar-escapulario/

http://missatridentinaembrasilia.org/2013/07/21/algumas-questoes-sobre-o-escapulario-de-nossa-senhora-do-carmo/

https://padrepauloricardo.org/blog/o-escapulario-de-nossa-senhora-do-carmo?mc_cid=85d2177627&mc_eid=6c7145b60b

Curtinhas da Fé 01 – Sobre Nossa Senhora

Estamos a celebrar no Brasil o Ano Nacional Mariano, pelos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida; celebra-se também, 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima. O Papa Francisco, por meio da Penitenciária Apostólica, concedeu indulgência plenária a todos os fiéis que celebrarem, de um modo especial, estes mistérios marianos.

A igreja, por meio da proclamação deste ano, convida-nos a redescobrirmos o valor da espiritualidade mariana, lembrando-nos dos pedidos que a Senhora fez à humanidade: oração e mortificação pela paz no mundo e pela salvação dos povos. Vejamos, agora, quatro dos numerosos atributos da Virgem Mãe de Deus:

  1. Foi por meio de Nossa Senhora que alcançamos a salvação do mundo, como relata Santo Irineu de Lião, no século II: “Assim como Eva, desobedecendo, se tornou causa de morte para si mesma e para todo o gênero humano, assim também Maria se tornou, pela sua obediência, causa de salvação para si mesma e para todo o gênero humano”.[1]
  2. A Mãe consoladora dos aflitos foi preservada da mancha do pecado. Ela foi escolhida por Deus para ser a Mãe de seu Filho. Assim, desde de sua concepção, foi preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.[2]
  3. A Virgindade Perpétua de Maria Santíssima é um dos ‘dogmas marianos’: a Igreja confessa que a Nossa Senhora foi virgem antes, durante e após o parto. Deste modo, professamos que a integridade da virgem foi moral (não teve nenhum relacionamento sexual) e física (deu à luz a Jesus sem as dores do parto).[3]
  4. A Maternidade de Maria, na graça, perdura sem interrupção, significando que, mesmo após assunta aos Céus, Nossa Senhora não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna.

Nós, católicos, devemos ecoar pelos quatro cantos da Terra a mensagem daquela cujo coração triunfará no último dia. Como ressaltou Bento XVI durante visita a Portugal, “iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”. Não somos deste mundo, não somos filhos desta terra. Aprendamos de nossa verdadeira Mãe a escolher os bens que não passam.[4]

[1] Santo Irineu de Lião, Contra as Heresias, III, 22.

[2] Catecismo da Igreja Católica, 496-99

[3] Pe. Paulo Ricardo, A Virgindade Perpétua de Nossa Senhora

[4] Pe. Paulo Ricardo, A Mãe de Deus e a falsa Mãe do mundo