Vivemos em um mundo completamente esquecido de Deus. Se o século XX o matou, o século XXI sepultou Deus de tal forma que parece impossível tê-Lo novamente entre nós. Ideologias e falsas doutrinas corromperam a mente e o coração do homem. Os valores cristãos foram dilacerados e o que ainda restava de dignidade na sociedade também começa a ser trucidado. A guerra é de princípios e valores. A pergunta que Pedro fez ao Senhor, quando questionado se também ele não queria ir embora, mas do que antes, grita de nossos corações: A quem iremos nós? E o Senhor continua a dizer: Vinde a mim!
As manchetes que estampam nossos jornais sintetizam bem o que vivemos: o aborto sendo permitido em várias formas – a vida humana deixa de ser um bem intocável e passa a ser deleite da vontade de mentes desequilibradas. A família tradicional não pode mais existir – homem e mulher não podem mais se amar pois a cultura gayzista impôs uma nova modalidade de família. A benção de numerosos filhos parece loucura – o dinheiro e o bem-estar do casal valem mais do que qualquer outra coisa. Não existe mais espaço para a Igreja, para os valores cristãos: o material e o perecível é mais importante do que tudo. A morte domina tão intensamente a sociedade que a inversão de valores é gritante.
Dentro da própria Igreja, almas que nunca experimentaram o amor de Deus e não são capazes de compreender a Verdade, insistem em tentar impor as suas convicções: movimentos de “católicos“ que apoiam e defendem o aborto; “fiéis católicas“ que apoiam e defendem o feminismo e a cultura gay; grupos que apoiam partidos e movimentos de esquerda e os defendem de forma intransigente, usando o Evangelho para defender aqueles que há décadas tentam apagar as Sagradas Letras. Pobres miseráveis, que nada são e significam diante do gigantesco colosso de santidade e de verdade que é a Santa Igreja Católica.
O resumo da ópera: tiraram Deus do mundo e agora querem O tirar da sua própria Igreja.
Enquanto isto, o próprio mundo clama por paz, por esperança, por justiça. Choram os pobres, os marginalizados e os injustiçados socialmente. Choram as guerras e os genocídios. A rejeição a Deus pelo mundo contemporâneo leva à rejeição do outro, principalmente dos mais vulneráveis, já alertava Bento XVI durante seu pontificado. Dizia o amado Pontífice que não é verdade que o “não” a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, se extingue também a dignidade divina do homem”.
Apesar de tudo isto continuamos a ter somente uma pessoa a quem ir: Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que é a Verdade revelada, conhece profundamente o coração do homem – só Ele conhece; e vem ao nosso encontro nos conduzir diante desta escuridão que paira sobre a humanidade. Continua nosso Redentor a ser o caminho seguro que desponta para seus filhos que permanecem fiéis às suas palavras e aos seus ensinamentos. Continuam a guiar a sua Igreja e a separar o joio do trigo.
É urgente que, assim como Pedro, façamos esta profissão de Fé. É urgente falar de Deus ao mundo, para que se reconheça novamente aquele que tem palavras de vida e amor; paz e esperança; aquele que é a Salvação do homem.
É preciso que a humanidade reconheça que Deus permanece a guia-la. Pela Igreja, Ele nos acaricia e nos mima como filhos prediletos: nos dá santos pastores; inspira grupos e movimentos de jovens que desejam a fidelidade ã Tradição, ao Magistério e às Sagradas Escrituras; faz nascer novas comunidades de vida, onde aqueles que ali escolhem viver renunciam tudo por Cristo. Pelos sacramentos, Ele renova no coração do homem a santidade indelével para qual fora chamado, e faz com que mais e mais fiéis sintam a necessidade dessa via espiritual.
O Espírito suscita crianças, jovens e casais a testemunharem e irem contra a corrente, a mostrar que aquilo que é loucura para mundo vazio de Deus é razão de viver para os que estão preenchidos da Trindade. Cristo está vivo entre nós e um dia Ele voltará: bem-aventurados os que permanecem fiéis e resistem as investidas do demônio sobre a face da terra, pois eles verão verdadeiramente o Senhor ainda neste mundo. Recordemos que só temos a Cristo. Recordemos a quem devemos ir. O mundo pode mudar, percorrendo a sua órbita; no entanto, a Cruz permanece intacta!