Arquivo da tag: Fé

Apologética 03 – A quem iremos nós, Senhor?

Vivemos em um mundo completamente esquecido de Deus. Se o século XX o matou, o século XXI sepultou Deus de tal forma que parece impossível tê-Lo novamente entre nós. Ideologias e falsas doutrinas corromperam a mente e o coração do homem. Os valores cristãos foram dilacerados e o que ainda restava de dignidade na sociedade também começa a ser trucidado. A guerra é de princípios e valores. A pergunta que Pedro fez ao Senhor, quando questionado se também ele não queria ir embora, mas do que antes, grita de nossos corações: A quem iremos nós? E o Senhor continua a dizer: Vinde a mim!

As manchetes que estampam nossos jornais sintetizam bem o que vivemos: o aborto sendo permitido em várias formas – a vida humana deixa de ser um bem intocável e passa a ser deleite da vontade de mentes desequilibradas. A família tradicional não pode mais existir – homem e mulher não podem mais se amar pois a cultura gayzista impôs uma nova modalidade de família. A benção de numerosos filhos parece loucura – o dinheiro e o bem-estar do casal valem mais do que qualquer outra coisa. Não existe mais espaço para a Igreja, para os valores cristãos: o material e o perecível é mais importante do que tudo. A morte domina tão intensamente a sociedade que a inversão de valores é gritante.

Dentro da própria Igreja, almas que nunca experimentaram o amor de Deus e não são capazes de compreender a Verdade, insistem em tentar impor as suas convicções: movimentos de “católicos“ que apoiam e defendem o aborto; “fiéis católicas“ que apoiam e defendem o feminismo e a cultura gay; grupos que apoiam partidos e movimentos de esquerda e os defendem de forma intransigente, usando o Evangelho para defender aqueles que há décadas tentam apagar as Sagradas Letras. Pobres miseráveis, que nada são e significam diante do gigantesco colosso de santidade e de verdade que é a Santa Igreja Católica.

O resumo da ópera: tiraram Deus do mundo e agora querem O tirar da sua própria Igreja.

Enquanto isto, o próprio mundo clama por paz, por esperança, por justiça. Choram os pobres, os marginalizados e os injustiçados socialmente. Choram as guerras e os genocídios. A rejeição a Deus pelo mundo contemporâneo leva à rejeição do outro, principalmente dos mais vulneráveis, já alertava Bento XVI durante seu pontificado. Dizia o amado Pontífice que não é verdade que o “não” a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, se extingue também a dignidade divina do homem”.

Apesar de tudo isto continuamos a ter somente uma pessoa a quem ir: Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que é a Verdade revelada, conhece profundamente o coração do homem – só Ele conhece; e vem ao nosso encontro nos conduzir diante desta escuridão que paira sobre a humanidade. Continua nosso Redentor a ser o caminho seguro que desponta para seus filhos que permanecem fiéis às suas palavras e aos seus ensinamentos. Continuam a guiar a sua Igreja e a separar o joio do trigo.

É urgente que, assim como Pedro, façamos esta profissão de Fé. É urgente falar de Deus ao mundo, para que se reconheça novamente aquele que tem palavras de vida e amor; paz e esperança; aquele que é a Salvação do homem.

É preciso que a humanidade reconheça que Deus permanece a guia-la. Pela Igreja, Ele nos acaricia e nos mima como filhos prediletos: nos dá santos pastores; inspira grupos e movimentos de jovens que desejam a fidelidade ã Tradição, ao Magistério e às Sagradas Escrituras; faz nascer novas comunidades de vida, onde aqueles que ali escolhem viver renunciam tudo por Cristo. Pelos sacramentos, Ele renova no coração do homem a santidade indelével para qual fora chamado, e faz com que mais e mais fiéis sintam a necessidade dessa via espiritual.

O Espírito suscita crianças, jovens e casais a testemunharem e irem contra a corrente, a mostrar que aquilo que é loucura para mundo vazio de Deus é razão de viver para os que estão preenchidos da Trindade. Cristo está vivo entre nós e um dia Ele voltará: bem-aventurados os que permanecem fiéis e resistem as investidas do demônio sobre a face da terra, pois eles verão verdadeiramente o Senhor ainda neste mundo. Recordemos que só temos a Cristo. Recordemos a quem devemos ir. O mundo pode mudar, percorrendo a sua órbita; no entanto, a Cruz permanece intacta!

Buscando a verdade 18 – Até que ponto podemos ser chamados ao martírio?

Antes de mais nada, devemos nos questionar: o que é um mártir? A palavra mártir vem do grego martys, martyros, que significa testemunha. O mártir é uma testemunha qualificada que chega ao derramamento do próprio sangue. O Papa Bento XIV assim se exprime: “O martírio é a morte voluntariamente aceita por causa da fé cristã ou por causa do exercício de outra virtude relacionada com a fé”. O Catecismo da Igreja Católica retoma o conceito: “O martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte”.

O martírio de sangue, onde homens e mulheres perderam suas vidas por amor ao Nosso Senhor, acontece desde o começo do cristianismo e se estende até os dias atuais. Porém, o que geralmente está mais próximo de nossa realidade é o martírio diário, onde ao professarmos a nossa fé no vestir, no agir, no falar, no se comportar e viver, somos julgados, humilhados e até injustiçados pela sociedade secularizada e cega pelos seus próprios valores deturpados. Onde se prega o respeito, se abunda as blasfêmias e os sacrilégios, as intolerâncias e as agressões à Fé da Igreja.

Quantas vezes temos a coragem de nos pôr à prova contra o mundo que nos rodeia por amor a Deus? O limite do amor divino foi a cruz. Qual o limite do seu amor por Deus, pela sua Fé, pela Santa Mãe Igreja?

Para termos uma noção do que é amar a Deus com o limite de nosso viver, nos debrucemos sobre a história dos santos mártires, ou melhor, de um dos primeiros mártires – São Tiago – cuja festa celebramos hoje!

Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, o discípulo amado, tinha uma fé inabalável e um amor por Jesus que não se media. Bebeu do cálice do Salvador bem cedo, no início da propagação do cristianismo, mas mesmo assim, conseguiu ainda espalhar o evangelho e fundar inúmeras comunidades cristãs.

Foi entregue a Herodes, e ainda na prisão, tocou um guarda com o seu testemunho. Este, a quem perdoara antes de morrer, teve também sua cabeça ceifada por ter se convertido e declarado cristão.

Piedoso, corajoso e fervoroso, foi São Tiago! Grande apóstolo de Jesus e exemplo para tantos outros mártires ao longo da história. Exemplo este que devemos carregar conosco, em nossa mente, para não acharmos nunca que já demos o suficiente de nosso viver a Deus e a Igreja. Se preciso for, que o amor que professamos por Cristo nos leve a abdicarmos de nosso querer e de nosso viver!

O amor é sacrificar-se em abrir mão de suas vontades, sonhos e de seu próprio futuro, em consequência de recusar-se a negá-lo um minuto se quer de seu viver.

Na certeza e na confiança em Deus é preciso, à luz da história do primeiro mártir da Igreja, termos a coragem e, principalmente, a ousadia de sermos verdadeiros anunciadores da boa nova não importando os solos em que pisamos. O verdadeiro mártir sempre será aquele que carrega em si e deixa transparecer a face do Cristo crucificado mesmo nos ambientes mais hostis de perseguições e blasfêmias.

A título de curiosidade, é importante diferenciarmos o martírio Cristão do martírio maometano. A diferença é bem clara e objetiva, estes além de cometerem suicídio, ceifam também a vida de outras pessoas, sem que ninguém o tenha obrigado a assim fazê-lo. O verdadeiro mártir se assemelha ao Cristo crucificado, que foi entregue nas mãos dos soldados romanos, e para cumprir o plano de nossa redenção, foi imolado no madeiro da cruz.

Reflexos de Salvação 48 – Amigos Santos!

Amigos para sempre! Você já ouviu muito esta frase, dita por muitas pessoas que entraram em sua vida; e ainda ouvirá muito! Isto por que ao longo de nossa história necessitamos de pessoas que conheçam o nosso íntimo, nos ajudem e sejam apoio nas dificuldades. De fato, é este o desejo de qualquer relação de amizade, que ela dure para sempre. Hoje, queremos dizer que a verdadeira amizade é aquela que não se resume ao para sempre – não, este não é o essencial; mas, aquela que lhe leva para a eternidade, para o Céu! Feliz dia do amigo, queremos lhe dizer neste dia. Nosso presente, que você conheça uma das mais belas histórias de amizade: a de Frei João e da Irmã Tereza. O que estes amigos têm em comum? Um levou o outro para o Paraíso!

A amizade é o sentimento que permite que dois estranhos pelo sangue se amem, de tal maneira, que um queira o bem do outro como se fosse um dos seus. É o que os gregos antigos chamavam de caridade fraterna, ou amor Philia[1], uma das formas conceituais de amor. Este sentimento, tão necessário ao homem, cria uma intimidade entre os amigos, permitindo a abertura recíproca do íntimo de ambos; a fidelidade, a partilha e escuta; uma relação de companheirismo que incentiva e conduz um ao outro no percurso da vida. Esse sublime sentimento é aquele que em primeiro lugar devemos ter com Deus, Nosso Senhor, para que não O vejamos como alguém distante de nós: mas, pelo contrário, alguém que caminha lado a lado conosco.

Santa Teresa e São João da Cruz se conheceram e construíram uma relação de intimidade. Um confidenciava ao outro as suas intimidades dentro da vida de oração, as dificuldades e os progressos que os acompanhavam. Um era o ouvido do outro diante das inquietações da alma que ardentemente ansiava pela união mística; e ambos se incentivavam a perseverarem: tinham a plena consciência de que a salvação da alma era mais importante do que qualquer outra coisa. Bento XVI nos diz que “quando duas almas puras e inflamadas pelo mesmo amor a Deus se encontram, elas haurem da amizade recíproca um estímulo extremamente forte para percorrer o caminho da perfeição”[2];caminho este tão sublinhado pela grande Madre Teresa.

Então temos que a amizade ideal é aquela que se funda na liberdade entre os amigos e não aquela que está apegada, escondida no egoísmo e no desejo de posse. Não é aquela que só se alimenta de “sim” e de apoio em todas as decisões. Uma amizade santa não é aquela em que o amigo é conivente com o outro, ou tem medo de corrigir e educar fraternalmente. Relações assim, e que, muitas vezes, chamamos de grandes amizades, são puramente frutos de uma desordem natural que em nada conduz a alma para a eternidade; pelo contrário, são graves perigos de um afastar-se plenamente de Deus, amigo fiel e justo!

Uma amizade que podemos chamar de santa é aquela em que o amigo quer a salvação da alma do outro. Quando a relação se dá desta maneira, existe espaço para a correção fraterna, quando o amigo está errante. Há espaço para admoestações e incentivo quando ele está vacilante. O amigo se entrega pelo bem do outro mesmo que não exista retorno, compreensão, mesmo que ele deixe de amá-lo, por que sabe antes de tudo que é amado por Deus; possui, desta forma, uma fé madura e sabe que necessita somente deste amor, puro e perfeito. O amigo deseja que a sua amizade com outro ocorra sustentado pelo amor abnegado, não temendo ser ignorado.

Amigo fiel e verdadeiro é aquele que na sua vida Comunitária caminha junto não medindo esforços para lhe ver no caminho de santidade. Que persevera com você na vida de oração, incentivando, se fazendo presente, ajudando, tornando o fardo mais leve. É aquele que corrige fraternalmente quando é preciso, lhe alertando que caminho seguir; “puxando” sua orelha quando faltas a uma reunião sem motivo ou não faz a sua oração pessoal. Que reza junto, vive a Eucaristia. É aquele que aguenta suas caras feias, ingratidões, por que sabe que o melhor para você é a vida da graça que lhe permite correr para o rumo certo. Antes de mais nada, o verdadeiro amigo é aquele que possui a certeza do amor de Deus, e o ama como primeiro e último, e que deseja transbordar a você este amor.

[1]Na língua portuguesa só existe uma palavra para amor: amor. Os gregos fazem três distinções de palavras: eros, filia e ágape.Eros é o amor carnal, o amor entre homem e mulher, o amor que aproxima duas pessoas que possuem sede de se conquistar. Filia é o amor de amizade. É o amor que não monopoliza, não escraviza, não cria dependentes. Ágape é o amor divino, o amor em estado puro. É o amor que é fundado na fé e por ela plasmado. É um benquerer de coração não só ao amigo, mas a todas as pessoas. As três maneiras de amor formam um conjunto inseparável. A filia participa da força do eros. E também o ágape precisa do eros, caso contrário se esvazia. O ágape está presente no amor erótico e amigo. Torna se então um amor puro e límpido. Amor que dá sentido para a vida.

  1. Bento XVI, Audiência Geral (15 de setembro de 2010).

Baú da Fé 51 – Vive-se de fé, não de sonhos!

Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé![1] A fé é uma virtude teologal; ou seja, colocada no coração do homem por Deus e pela sua graça gerada e aperfeiçoada. É necessário, também, um movimento de desejo do homem em crescer nesta virtude. Celebramos, hoje, a festa de São Tomé, Apóstolo, que em um verdadeiro ato de Fé e amor proclamou as palavras que iniciam este texto, quando reparou sua incredulidade ao lhe dizerem que o Senhor havia ressuscitado. Somos convidados, neste dia, a uma reflexão sobre a necessidade de uma Fé verdadeira, madura, que nos leve a sermos sujeitos da exortação que Jesus Ressuscitado proclamou: Bem-aventurados os que creram sem terem visto!;[2] e não de uma fé fundada em sonhos que a qualquer momento se desfaça como pó.

A fé não é gerada humanamente, tem sua origem em Deus que se revela para nós e a infunde[3] em nossos corações a fim de nos fazer crer n’Ele e em tudo o que a Santa Igreja nos propõe.[4]  Por esse motivo, a verdade de fé “é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria palavra de Deus, que não pode mentir.[5] O fruto principal da fé é nos fazer sentir filhos de Deus.

São Tomé, na ressurreição de Jesus, foi exatamente como nós em diversas situações do cotidiano: precisou de provas para acreditar. Diante da oportunidade que Jesus lhe deu de tocar Seu lado aberto, o apóstolo perdeu a postura arrogante e se humilhou perante a grandeza de Deus, se ajoelhou e exclamou, “Meu Senhor e meu Deus”. Tomé soube reconhecer suas misérias e sua arrogância perante Deus que é sempre infinitamente bom para conosco e incansavelmente pediu para que Deus aumentasse a sua fé, a fim de que já não fosse necessário ver para crer e clamou pela capacidade de confiar plenamente nos planos e nos desígnios de Deus.

Logo depois da Ascenção de Jesus, a Igreja começou sua expansão pela pregação apostólica, inclusive pela de São Tomé.[6] Com o passar dos primeiros anos, uma multidão de fiéis se converteu ao Cristianismo; estes, praticamente em sua maioria, não tiverem a experiência de ver o Senhor Ressuscitado e mesmo assim adeririam aquela Fé simplesmente vendo no testemunho dos Apóstolos a verdade da Ressurreição. Nos séculos seguintes, as perseguições aumentaram e os cristãos morriam por Cristo e por seu Evangelho: derramavam seu sangue por Aquele que não viram e nem tocaram como São Tomé.

O título deste texto é uma afirmação de São Padre Pio. Evoca uma Fé madura, virtude desenvolvida em nossa alma que supera as provações, motiva a continuarmos nossa caminhada para a santidade e que não se abala com as fraquezas do próximo e as dificuldades da vida. Esta maturidade estava presente naqueles mesmos cristãos que morriam mártires: possuíam uma Fé verdadeira, forte, firme e inabalável. Não estavam iludidos por sonhos, desejos e fantasias, pois sabiam que a Fé em Jesus Cristo exige consequências muitas vezes opostas a estes sentimentos. E, quando estas consequências batiam a porta, continuavam arraigados àquela Fé recebida dos Apóstolos.

Nos questionamos: como crescer e termos uma Fé madura? A resposta pode nos ser dada pela Mãe dos Apóstolos, Nossa Senhora. Ela que sustentou a Fé da Igreja enquanto todos perderam a esperança logo após o episódio da Cruz, nos é modelo certo. Poderíamos elencar três passos para crescer na Fé e amadurece-la à luz da Virgem Santíssima.

O primeiro é conhecer a Deus, conhecer as Sagradas Escrituras, crescer na intimidade com a Palavra de Deus e amá-la. Nossa Senhora conhecia as Sagradas Escrituras, sabia das profecias. Por isso que quando o anjo apareceu anunciando que ela seria mãe do Senhor, Nossa Senhora acreditou; porque ela estava preparada pela escuta da Palavra de Deus. Muitas vezes Ele nos dá um sinal claro de Sua vontade e não o reconhecemos pois não conhecemos a Deus. A Palavra nos é dada para formar nossa consciência e coração para termos uma vida santa. Foi assim que Maria alimentou a sua fé.

Outro passo para termos uma fé madura é colocarmos a Palavra em prática como Nossa Senhora. A Palavra de Deus vai se encarnando em nós e transformando o nosso coração. Nós crescemos na fé a medida que comprometemos a nossa vida com a Palavra do Senhor. Quando o anjo apareceu a Virgem Maria, ela estava com a vida muito tranquila e de repente, aquele chamado inseriu Maria em uma vida de incertezas. A vida de Maria foi toda desinstalada. A virgem viveu todas as loucuras da fé; e por isso, Maria recebeu 100 vezes mais dons, alegrias. Ela aceitou o desafio da fé e viveu as alegrias da fé.

Por fim, a Virgem ensina a ser perseverante na fé mesmo nos momentos difíceis. O momento máximo de prova da fé de Maria foi quando ela ficou aos pés da Cruz. Ela tinha ouvido Simeão dizer “uma espada te transpassará a alma”. Ela também tinha ouvido o profeta Isaías profetizar sobre o servo sofredor. E a Palavra de Deus foi iluminando a alma dela no momento da prova: Maria não se decepcionou. Ela conhecia tão bem a Palavra de Deus que entendia no profundo do coração a oferta de Jesus. Ela sabia que seu Filho era o Cordeiro silencioso e, com Ele, oferecia-se em silêncio. Maria permaneceu firme sem revoltas, perseverando na fé. Nossa Senhora nos ensina a passar pelos momentos da Cruz sem perder a fé, sem nos revoltarmos com Deus. Depois da Cruz, a alegria de quem sofreu com fé é muito maior. Para quem sofre com fé, o sofrimento passa. Mas para quem sofre sem fé, o sofrimento passa e a pessoa permanece no luto.

Ao celebrarmos a festa de São Tomé, peçamos a ele e a Virgem Maria a graça de progredirmos na virtude da Fé, para que possamos ser cristãos firmes na caminhada e perseverantes. E que mesmo nas noites escuras da alma, quando nada mais podemos ver, termos a certeza de que Deus caminha ao nosso lado e não nos abandona nunca!

[1] Cf. Jo 20, 28.

[2] Cf. idem

[3] Catecismo da Igreja Católica, 153

[4] CIC 1814.

[5] CIC 153

[6] São Tomé realizou sua pregação na Ásia, tendo morrido na índia.

Dons do Espírito Santo 09 – Dom da Fé

o falarmos em fé, é normal que relacionemos a um sentimento de crença. Por ela, o homem entrega-se total e livremente a Deus, prestando voluntário assentimento à Sua revelação. Todo católico deve ter essa entrega, é impossível que agrademos a Deus sem fé. Entretanto, essa é a fé “ordinária”. O Dom Efuso se trata de um carisma, uma Fé sobrenatural que é dada pelo Espírito Santo, para que quem a receba, creia de forma excepcional.

O Dom da Fé move a manifestação do poder Espírito Santo. Quem o possui, tem a confiança de que Nosso Senhor irá providenciar acontecimentos em sua vida. Todavia, não podemos nos equivocar achando que teremos qualquer coisa que pedimos a Deus. Como bem disse Jesus: “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do Céu! Ele dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem” . Ele nos dará o que for necessário para nossa Salvação.

É imprescindível termos o conhecimento de que há, também, o Dom Infuso da Fé. Em ambos os Dons, é nítido o ponto que há em comum: a confiança intensa e verdadeira. A Fé é, antes de tudo, um fator básico para a vida espiritual. Ainda que achemos que nossa Fé é grande, devemos pedir sempre por mais, pois é uma realidade em crescimento, que está sempre pronta a desenvolver-se e ser capaz de dar mais frutos, até o dia em que não precisaremos mais disso, que é no Céu.

Trata-se de uma Fé profunda, arraigada, que criou raízes. A quem Deus suscita esse dom, desfruta de uma Fé de expectativa, de espera, da mais profunda esperança! Um sentimento abrasador, decorrente de uma verdadeira experiência pessoal com o Espírito Santo, que traz a indubitabilidade da ação de Deus.  É importante que peçamos a Nosso Senhor para que Ele reinflame o Dom da Fé, pois ele está em nós.