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Curtinhas da Fé 13 – Nos preparando para uma Comunhão frutuosa

Observar o Jejum Eucarístico – Recomenda-se que se faça jejum de qualquer alimento ou bebida na hora que antecede a Sagrada Comunhão (com exceção da água e de remédios). Isso implica na preparação interior para receber o Corpo de Jesus que fará morada em nosso coração.[1]

Chegar com antecedência à Santa Missa – Chegar com antecedência é o primeiro aspecto que nos ajuda a ter uma comunhão frutuosa, pois teremos a oportunidade de nos prepararmos efetivamente para participar da Santa Missa e receber Jesus com toda a dignidade que Ele merece.[2] Algumas orações que podem nos ajudar nesta preparação são a oração de São Tomás de Aquino e a de Santo Ambrósio.

Fazer um bom exame de consciência para ter a certeza de que se está em estado de graça – Para recebermos a Santa Comunhão, precisamos estar em estado de graça. E para evitar que nos aproximemos do Corpo e Sangue de Cristo de outra forma, é imprescindível fazer um bom exame de consciência[3] e ter noção dos nossos pecados; pois, “quem come desse pão ou bebe do cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor”[4][5]

Prestar atenção na Missa – É de extrema importância que os fiéis evitem distrações – conversas, celular, pensamentos inoportunos –  concentrando-se na Santa Missa para viverem o mistério e entenderem que estão prestes a se tornarem um só Corpo com o Cristo e que o Céu se une à terra. Diante de nós ocorre o mesmo sacrifício da Cruz, mas sem derramamento de sangue, pois agora Jesus se encontra em estado glorioso[6]

Saber o que estamos comungando – Na hóstia, estão o verdadeiro Corpo, Alma, Sangue e Divindade de Jesus Cristo, Nosso Senhor. O próprio Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”.[7] È necessário que tenhamos a virtude da humildade assim como a Virgem Santíssima para recebê-lo. Se nos afastamos da Comunhão por nos sentirmos fracos e indignos, estamos perdendo o verdadeiro Remédio que cura nossos males e pecados.

Após a comunhão, realizar um momento de ação de graças – “Agradecei-Lhe a honra que vos fez, o amor que vos testemunhou, e o muito que vos deu nesta Comunhão! Louvai a Sua bondade e o seu amor para convosco, que sois tão pobre, tão imperfeito, tão infiel! Convidai os anjos, os santos, a Imaculada Mãe de Deus para louvá-Lo e agradecer-Lhe por vós. Uni-vos às ações de graças amantes e perfeitas da Santíssima Virgem.”[8] A presença de Cristo na Eucaristia perdura enquanto subsistirem as espécies do pão e do vinho. Dessa forma, enquanto a hóstia permanecer indigerida, Jesus permanecerá fisicamente unido a quem comunga. Essa ação acontece ex opere operato[9] e devemos dar a devida atenção ao hospede que habita em nossa alma. Neste momento, peçamos que Ele nos cure das nossas misérias e infidelidades e louvemos por todas as maravilhas que Ele realizou e ainda irá realizar em nossas vidas e agradeçamos por tanto amor para conosco. Uma oração recomendada para esse momento é o Anima Christi.

Orações:

.Anima Christi (Alma de Cristo)- https://comunidadeportafidei.wordpress.com/2018/04/24/oracoes-02-anima-christi-alma-de-cristo/

.Oração de Santo Ambrósio para antes da Comunhão Eucarística- https://comunidadeportafidei.wordpress.com/2018/04/24/oracoes-02-oracao-de-santo-ambrosio-para-antes-da-comunhao-eucaristica/

.Oração de São Tomás de Aquino- https://comunidadeportafidei.wordpress.com/2018/04/24/oracoes-04-oracao-de-sao-tomas-de-aquino/

[1] Cf. Código do Direito Canônico: Cân. 919 — § 1. Quem vai receber a santíssima Eucaristia, abstenha-se, pelo espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão, de qualquer comida ou bebida, exceto água ou remédios.

[2] “Não é um bom hábito chegar atrasado. A missa começa com o sinal da cruz e os ritos introdutórios. Porque ali começamos a adorar a Deus em comunidade. Por isso é importante prever para não chegar atrasado. É preciso chegar antes para preparar o coração” – Papa Francisco, na Audiência Geral do dia 20 de dezembro de 2017.

[3] Cf. https://comunidadeportafidei.wordpress.com/2018/04/10/curtinhas-da-fe-12-para-fazermos-uma-boa-confissao/.

[4] Cf. 1Cor 11,27

[5] O cânon 916 do Código de Direito Canônico ainda nos adverte: “Quem está consciente de pecado grave, não celebre a Missa nem comungue o Corpo do Senhor sem fazer antes a Confissão sacramental a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; neste caso, porém, lembre-se de que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes”.

[6] Cf. Papa São João Paulo II, Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia (17 de abril de 2003), n. 25 (DH 5092).

[7] Cf. Jo 6,35.

[8] Cf. Flores da Eucaristia de São Pedro Julião Eymard.

[9] Expressão latina que significa “Pela obra operada”. Ou seja, refere-se ao fato de que os sacramentos são eficazes pelo poder de Deus. O que Deus nos oferece no sacramento é um dom gratuito.

Orações 03 – Oração de Santo Ambrósio para antes da Comunhão Eucarística

Senhor Jesus Cristo, eu, pecador, não presumindo dos meus próprios méritos, mas confiando na vossa bondade e misericórdia, temo entretanto e hesito em aproximar-me da mesa do vosso doce convívio. Pois meu corpo e meu coração estão manchados por muitas faltas, e não guardei com cuidado o meu espírito e a minha língua.

Por isso, ó bondade divina e temível majestade, na minha miséria recorro a Vós, fonte de misericórdia; corro para junto de Vós a fim de ser curado, refugio-me na vossa proteção, e anseio ter como Salvador Aquele que não posso suportar como Juiz. Senhor, eu Vos mostro as minhas chagas e vos revelo a minha vergonha. Sei que são grandes e muitos os meus pecados, e temo por causa deles, mas espero na vossa infinita misericórdia.

Salve, Vítima salvadora, oferecida no patíbulo da Cruz por mim e por todos os homens. Salve, nobre e precioso Sangue, que brotas das chagas do meu Senhor Jesus Cristo crucificado e lavas os pecados do mundo inteiro.

Olhai-me com os olhos da vossa misericórdia, Senhor Jesus Cristo, Rei eterno, Deus e homem, crucificado por todos os homens. Ouvi-me, pois espero em Vós; Vós que sois fonte inesgotável de perdão, tende piedade das minhas misérias e pecados.

Lembrai-Vos, Senhor, da vossa criatura resgatada por vosso Sangue. Arrependo-me de ter pecado, desejo reparar o que fiz.

Livrai-me, ó Pai clementíssimo, de todas as minhas iniquidades e pecados, para que, inteiramente purificado, mereça participar dos Santos Mistérios. E concedei que o vosso Corpo e o vosso Sangue, que eu, embora indigno, me preparo para receber, sejam perdão para os meus pecados e completa purificação de minhas faltas.

Que eles afastem de mim os maus pensamentos e despertem os bons sentimentos; tornem eficazes as obras que Vos agradam, e protejam meu corpo e minha alma contra as ciladas dos meus inimigos. Amém.


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Buscando a verdade 11 – É pecado comungar sem ter feito a Primeira Eucaristia?

A pergunta inicialmente assusta por cogitar o ato de comungar, de estar na mais íntima e perfeita harmonia com o Corpus Christi, um pecado; porém, há de ser compreendida pelo fato de que o homem deve dar devido valor e honra a tão precioso sacramento.

Ora, não sem razão existe na Igreja a tradição de que as pessoas passem por uma catequese para que possam pela primeira vez receber a Sagrada Eucaristia – mais sobre o valor insondável desta, você pode ler clicando aqui – e isso deve ser sempre mais e mais valorizado. Quando realizada fielmente conforme os preceitos católicos da Igreja Una, a catequese é uma grande porta de evangelização e, principalmente, formação para todos os cristãos e necessária para o impulso inicial da caminhada em Cristo Jesus.

É costume que esta preparação para receber a Eucaristia seja realizada para crianças, pois especificamente a elas a Igreja prevê a necessidade de compreensão do mistério de Cristo por uma preparação cuidadosa que transmita todos os conhecimentos necessários para que elas recebam o corpo do Senhor, como se vê no Código de Direito Canônico:

Cân. 913 — §1. Para que a santíssima Eucaristia possa ser administrada às crianças, requer-se que estas possuam conhecimento suficiente e preparação cuidadosa, de forma que possam compreender, segundo a sua capacidade, o mistério de Cristo e receber o corpo do Senhor com fé e devoção.

  • 2. Pode administrar-se a santíssima Eucaristia às crianças que se encontrem em perigo de morte, se puderem discernir o Corpo de Cristo do alimento comum e comungar com reverência.

Cân. 914 — Primeiramente os pais, ou quem fizer as suas vezes, e ainda o pároco têm o dever de procurar que as crianças, ao atingirem o uso da razão, se preparem convenientemente e recebam quanto antes este divino alimento, feita previamente a confissão sacramental; compete também ao pároco vigiar por que não se aproximem da sagrada comunhão as crianças que não tenham atingido o uso da razão ou aquelas que julgue não estarem suficientemente preparadas.

Quanto às crianças, a Igreja também prevê a necessidade de estas terem alcançado o que chamam de “uso da razão”, pelo que se entende ter atingido a idade mínima de sete anos.[1]

No tocante aos adultos, todavia, a Igreja não faz exigência expressa pela necessidade de prévia preparação catequética, apenas fala que: “Qualquer batizado, não proibido pelo direito, pode e deve ser admitido à sagrada comunhão.”[2]

Assim, para as pessoas mais maduras, é fundamental tão somente que tenha um conhecimento mínimo sobre a Eucaristia, isto é, que conscientemente acredite no dogma da Transubstanciação, e que não esteja impedida pela Igreja, casos estes elencados por ela no CDC em seus cânon 916[3], nem proibidas por terem recebido alguma pena ou sanção pela Igreja, de acordo com o cânon 915[4].

Desta forma, todo adulto batizado que não esteja impedido por lei, pode aproximar-se da Sagrada Comunhão, mesmo sem ter participado da tradicional “Primeira Eucaristia”, sendo ela simplesmente a primeira vez que ele comungar. Contudo, apesar de o cânon ser bastante claro, a sugestão é que o adulto frequente um curso para aprofundar-se na fé, e tenha engajamento na vida da comunidade paroquial; além disto, procure o Sacramento da Penitência.

Ressalte-se que o fato de que alguém não possa ou não deva comungar não impede que tal pessoa vá à missa; pelo contrário, a participação na santa missa tem em si mesma um valor salvífico e constitui uma perfeita forma de oração, independentemente do fato de a pessoa receber ou não a comunhão, apesar de, claro, a participação plena se dar com o recebimento do sacramento da Eucaristia.

Por fim, respondendo ao questionamento inicial, comungar sem ter feito a Primeira Eucaristia não é pecado. Pertinente esclarecer, inclusive, que para haver pecado é preciso que se tenha a consciência da rejeição a Deus ou do afastamento da plenitude de Deus, por ato ou omissão que tire o cristão do estado de graça. Nesse caso, o que em um primeiro olhar se percebe seria o inverso disso, ou seja, a busca para um encontro maior com Cristo, através da Eucaristia.

Comungar reconhecendo o incalculável valor daquilo que parece ser simples pão (mas não o é), de coração contrito e sedento da graça de Deus, é o que todos os católicos devem buscar constantemente, não apenas em missas dominicais ou de preceito, independentemente de ter sido cumprida a formalidade costumeira de se passar pela catequese infantil, ainda que esta seja, para todo cristão, muito frutuosa para uma verdadeira vida na fé.


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[1] Papa São Pio X, no Decreto Quam Singulari de 1910: “[…] A idade da discrição tanto para a Confissão quanto para a Comunhão é aquela em que a criança começa a raciocinar, isto é, pelos sete anos, às vezes mais, às vezes menos. Nesse período, começa a obrigação de satisfazer aos dois preceitos da Confissão e da Comunhão; Para a primeira Confissão e primeira Comunhão, não é necessário um pleno e perfeito conhecimento da doutrina cristã. A criança, porém, deverá aprender depois gradativamente todo o catecismo, em conformidade com sua inteligência; O conhecimento da religião que se requer da criança para que ela se prepare convenientemente para a primeira Comunhão é que ela entenda, segundo a sua capacidade, os mistérios necessários por necessidade de meio, a Santíssima Trindade e Encarnação, além da existência de Deus e do fato de que Deus é remunerador na ordem sobrenatural, e diferencie o pão eucarístico do pão comum e corporal, para que se aproxime da Eucaristia com a devoção que sua idade comporta […].”

[2] CDC, cânon 912.

[3] CDC, cânon 916: “Quem estiver consciente de pecado grave não celebre Missa nem comungue o Corpo do Senhor, sem fazer previamente a confissão sacramental, a não ser que exista uma razão grave e não tenha oportunidade de se confessar; neste caso, porém, lembre-se de que tem obrigação de fazer um ato de Contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes.”

[4] CDC, cânon 915: “Não sejam admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto.”

Buscando a Verdade 05 – Quantas vezes posso comungar por dia?

O Código de Direito Canônico é claro em afirmar que quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode voltar a recebê-la no mesmo dia, somente dentro da celebração Eucarística em que participa, salva a prescrição do cânon 921 §2[1] – este, preceitua que, mesmo que já tenham comungado no dia, aos que se encontram em perigo de morte, recomenda-se que comunguem de novo, ainda que fora da missa.

O Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, que tem a função de interpretar as leis da Igreja, explicou que “voltar a recebê-la de novo” significa, em sentido estrito, “pela segunda vez”, mas não mais que isso. O original em latim utiliza a palavra “iterum”, que significa “uma segunda vez, outra vez, de novo”.

Portanto, é lícito ao fiel católico comungar até duas vezes por dia, desde que a segunda vez ocorra na Santa Missa em que participa.

[1] CDC, 917