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Curtinhas da Fé 14 – Os patronos das profissões

Os Santos estão junto à Deus a interceder por todos nós que estamos nesta terra peregrinado rumo à Jerusalém Celeste. Homens e mulheres que viveram as diversas etapas da vida em suas várias dimensões. Muitos exerceram atividades profissionais e as utilizaram como forma de santificação e evangelização. Por isso, neste dia dedicado a São José Operário, em que recordamos a santificação do trabalho, vamos conhecer alguns santos e suas profissões, e, assim, possamos invocar a intercessão deles em nossos trabalhos para que o façamos para a maior glória de Deus e para nossa santificação.

Santa Apolônia – Dentistas – Santa Egípcia, da cidade de Alexandria, foi martirizada no século III por professar a fé cristã. Teve todos os seus dentes quebrados e arrancados durante seu martírio. Na Sé do Porto, em Portugal, encontra-se um dente tido como relíquia da santa. Sua festa é celebrada no dia 09 de fevereiro, juntamente com o dia do dentista.

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Santo Ivo – Advogados e Defensores Públicos – Ivo de Kermartin, nasceu no ano de 1253 na França e era franciscano terciário. Sacerdote católico e advogado, foi convidado a ser Juiz do tribunal eclesiástico na diocese francesa de Rennes. Santo Ivo ficou conhecido pela ajuda aos pobres e necessitados nas questões jurídicas pela sua assistência gratuita e pelo seu espírito conciliador. Sua festa é celebrada à 19 de maio, data em que é comemorado o dia do Defensor Público.

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Santa Cecília – Músicos e Poetas – Mártir dos primeiros séculos cristãos, na era das perseguições do Imperador Marco Aurélio, Cecília era de uma nobre família romana. Estava prometida em casamento quando decidiu pela sua consagração total ao Senhor. Conseguiu, antes de morrer, a conversão do seu marido, Valeriano, e do irmão do mesmo, Tiburtius. Durante seu cativeiro por não renegar a fé cristã, Santa Cecília entoavas inúmeras canções e poemas em louvor a Deus. Foi decapitada. Sua festa ocupa lugar junto ao dia dos músicos em 22 de novembro.

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São Lucas – Médicos – Discípulo de São Paulo, São Lucas escreveu uma carta a Teófilo a fim de catequiza-lo; esta foi dividida em duas partes: o Evangelho que leva seu nome e o livro dos Atos dos Apóstolos. É neste último que conhecemos sua amizade com o Apóstolo dos Gentios[1] e sua profissão de médico. Também é padroeiro dos pintores, pois, segundo antiga tradição, teria feito um ícone da Virgem Maria. Sua festa ocupa lugar no dia 18 de outubro, que é também o dia do médico.

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São Frei Galvão – Engenheiros e Arquitetos – Primeiro santo brasileiro a ser canonizado, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão é considerado o padroeiro dos engenheiros, arquitetos, pedreiros e mestres-de-obras. Frei Galvão foi responsável por construir o Mosteiro da Luz, na cidade de São Paulo, que hoje é o principal templo a ele dedicado. Em 2008 o CREA-SP, em uma homenagem ao santo por ter acumulado todas estas funções ao construir o mosteiro, concedeu ao santo uma carteira da ordem e o declarou como padroeiro da construção civil no Brasil. Sua festa ocupa espaço no calendário universal à 25 de outubro.

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São Mateus – Contadores e Auditores – Foi escolhido como “Celeste Patrono dos Contabilistas” em 06 de agosto de 1953, por iniciativa dos Colégios de Contabilistas Italianos. São Mateus foi Apóstolo de Jesus e autor de um dos evangelhos. Era contador de impostos do Império Romano e sua conversão é atestada nas Sagradas Escrituras; se chamava Levi. Mateus, que significa dom de Deus, recebeu o convite de Jesus que disse: Vem e segue-me! Sua festa litúrgica é em 21 de setembro.

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[1] São Paulo, Apóstolo

Reflexos de Salvação 35 – O Cantar é próprio de quem Ama

Santo Agostinho já dizia que se alguém quisesse saber no que cremos, bastava ouvir o que cantamos. A música, sem dúvida, é uma das mais belas formas de expressão do homem. Através dela, conseguimos expressar os mais belos sentimentos e emoções, transmitindo a profundidade de noss’alma. Muito mais sublime, é a música que eleva aos céus o amor que temos pelo criador no íntimo de nosso ser. A arte da música unida a oração é capaz de elevar o homem para junto de Deus. Soube a jovem Cecília, em meio a dor do martírio, transmitir, na suavidade da harpa que entoava belíssimos salmos, o seu amor por Deus e o seu desejo de a Ele entregar sua vida.

A mártir que hoje celebramos, e que tem seu nome inscrito no Cânon Romano, nasceu em uma nobre família romana do século II. Cristã desde pequena, fez ainda na aurora de sua vida um voto de castidade a Deus. No entanto, fora prometida em casamento, mas, consciente da sua vocação, consagrou-se inteiramente a Deus. Através de seu testemunho converteu seu noivo Valeriano e o irmão deste, Tiburtius. Foi condenada à morte por professar a fé cristã. Durante seu martírio, a virgem Cecília não cessou de entoar hinos e salmos a Deus: morreu cantando. É ela padroeira dos músicos e da música, especialmente a sacra.

Santa Cecília nos convida hoje a refletir, justamente, a importância da música em nossas vidas: aquela mesma que é capaz de transmitir o nosso íntimo, intimo este em que mora o amor de Deus. A música também é santificada pelo Criador. Oxalá, fosse ela sempre um instrumento de louvor à Deus, um meio eficaz de anuncio do Evangelho em harmoniosas notas. Felizes são aqueles que receberam o dom da música, pois possuem uma poderosa arma nas trincheiras da evangelização.

Para os sábios, a música é uma atividade intelectual e contemplativa. Ouvindo-a com inteligência, penetra-se no mundo dos mistérios sublimes, das regras da harmonia, dos números eternos. Assim faziam os antigos, mas os cristãos sobem mais alto e chegam até a Unidade, a Fonte de toda harmonia, o Criador de toda beleza, a Felicidade absoluta. A música, assim, se dilata em êxtase místico.

De fato, Agostinho estava certo ao dizer que a música é capaz de demonstrar em que cremos. Um coração cheio de Deus, em busca continua da santidade e da salvação da humanidade, transborda em belos cânticos de louvor, de adoração a este mesmo Deus que nos preenche. É a mais pura expressão de amor da criatura por seu Criador, pois o cantar é próprio de quem ama.[1]

Sim, um amor verdadeiro que consegue alcançar o Divino, com pureza e grandiosidade, dá a música uma qualidade sobrenatural: a experiencia do amor e da dor, juntas, formando uma só partitura. A vida de Cecília é uma destas partituras; a vida dos santos todos são. Que bela sinfonia temos no céu! A Virgem da Lira Pureza morreu cantando, morreu amando, soube experimentar esta dualidade do amor e da dor; alcançou o Divino: cantou Deus! Através deste dom, Cecília conseguiu enaltecer o Criador, louva-Lo em meio a dor. Seus algozes se converteram: por que não crer que a música de Cecília os salvou?

Escutemos a vida de Cecília e escutaremos no que devemos crer! Transbordaremos o Divino, cantaremos Deus. Que Deus abençoe todos os músicos, hoje e sempre, os inspirando e alimentando de graças tão grande dom que é o da música. Que a humanidade também se salve pela suavidade das notas musicais amantes da Trindade que brotam do íntimo dos músicos! Santa Cecília, rogai pelos músicos!

[1] Cf. Santo Agostinho, Sermo 336, 1:PL 38, 1472. Cf. IGMR 31,nº19.